Abordagens multimodais para controlo da dor em pacientes submetidos a intervenções articulares do joelho
Este artigo analisa estratégias multimodais para o controlo da dor após intervenções articulares do joelho, equilibrando técnicas farmacológicas e não farmacológicas, e considerando reabilitação, biomecânica, próteses e prevenção de infeções para melhorar os resultados funcionais.
A gestão da dor pós-operatória em intervenções articulares do joelho exige um plano integrado que considere o tipo de cirurgia, as características do paciente e os objetivos funcionais. Abordagens multimodais combinam medicação, técnicas regionais, cuidados locais e programas de reabilitação para reduzir a dor aguda, facilitar a mobilização precoce e limitar o uso de opioides, com impacto direto na recuperação da marcha e na função articular.
Este artigo é para fins informativos apenas e não deve ser considerado aconselhamento médico. Consulte um profissional de saúde qualificado para orientação e tratamento personalizados.
Ortopedia: avaliação pré‑operatória
A avaliação em ortopedia identifica fatores que influenciam a experiência dolorosa e permite planear a analgesia multimodal personalizada. A história clínica, a avaliação de comorbilidades e exames laboratoriais orientam a escolha de bloqueios regionais, ajustes de medicamentos habituais e otimização nutricional. Preparações pré‑operatórias também incluem educação do paciente, que reduz ansiedade e pode melhorar a adesão aos programas de recuperação, influenciando positivamente os resultados.
Artroplastia: estratégias analgésicas
Em artroplastias do joelho, as estratégias analgésicas visam controlar a dor intensa do período imediato sem sacrificar a mobilidade precoce. Protocolos combinam analgésicos não opioides, como anti‑inflamatórios e acetaminofeno, com bloqueios periféricos (p. ex. bloqueio do nervo femoral ou bloqueio adutor) e anestesia perioperatória ajustada. A redução da dor permite início precoce da reabilitação e diminui risco de eventos adversos associados ao uso prolongado de opioides.
Artroscopia: controlo da dor em procedimentos menos invasivos
Procedimentos por artroscopia tendem a causar menos trauma tecidual, mas requerem controlo da dor para permitir retorno rápido às atividades. Infiltrações locais periarticulares, gelo terapêutico e regimes analgésicos orais são úteis. A monitorização do resultado inclui avaliação funcional e rigor no seguimento para detetar sinais de dor persistente que possam evoluir para dor crónica, exigindo revisão do plano terapêutico e intervenção fisioterapêutica dedicada.
Reabilitação e fisioterapia: recuperação da marcha
A reabilitação e a fisioterapia são essenciais para restaurar força, propriocepção e padrão de marcha. Protocolos progressivos, adaptados ao controlo da dor, trabalham mobilidade articular, treino de equilíbrio e fortalecimento dos músculos extensores do joelho. Intervenções precoces, quando seguras, aceleram o retorno à marcha funcional, reduzem compensações biomecânicas e contribuem para melhores resultados a médio prazo, reduzindo a sobrecarga em ligamentos e cartilagem remanescentes.
Biomecânica, implantes e próteses
A compreensão da biomecânica do joelho ajuda a selecionar implantes e próteses com melhor alinhamento e congruência articular, fatores que influenciam a dor crónica e a satisfação funcional. Ajustes no posicionamento do implante, uso de guias cirúrgicas e tecnologias assistidas podem diminuir pontos de sobrecarga na cartilagem remanescente e nos ligamentos. Escolhas cirúrgicas tecnicamente precisas favorecem padrões de marcha mais fisiológicos e resultados funcionais superiores.
Imagiologia, ligamentos, cartilagem e controlo de infeção
Os exames de imagiologia pré e pós‑operatórios clarificam lesões de ligamentos e degradação da cartilagem, orientando decisões terapêuticas e estratégias analgésicas. Protocolos rigorosos de controlo de infeção são determinantes para evitar complicações que prolonguem a dor e comprometam o implante. A vigilância clínica e laboratorial pós‑operatória permite identificar alterações precoces e intervir de forma a preservar os resultados funcionais.
Conclusão Abordagens multimodais para o controlo da dor após intervenções articulares do joelho combinam avaliação ortopédica, técnicas analgésicas adaptadas a artroplastia e artroscopia, e programas estruturados de reabilitação e fisioterapia. A integração da biomecânica na escolha de implantes e a utilização adequada de imagiologia e medidas de controlo de infeção contribuem para melhores resultados e recuperação da marcha. Estratégias individualizadas, baseadas em evidência e na condição do paciente, são essenciais para reduzir a dor e otimizar a função articular.